Evangeline (Another Star In The Sky)
Luanda, 24 de Agosto de 2024.
Olá, queridos leitores. Eu espero que estejam bem.
Foi uma semana tão pesada... Eu sinceramente achei que não teria nem uma réstia de forças para estar aqui a escrever para vocês, não depois de tudo que aconteceu nos últimos três dias.
Estar de luto é uma experiência terrível, mas desta vez... Eu sinto-me como se tivesse perdido uma parte de mim. Sinto que um nome foi marcado a fogo no meu coração, e só me resta sentir a dor de saber que eu nunca mais terei a chance de ouvir esse nome chamar por mim.
Perder alguém tão próximo e especial como ela faz-me sentir como se tivesse sido roubada, sem chance de poder reaver o que foi perdido. E só se passaram três dias, mas três dias já parecem uma eternidade.
Eu sinceramente não me lembro da última vez que chorei deste jeito. Na verdade, eu sinto as lágrimas subirem neste exato momento.
Mesmo sabendo que este momento um dia chegaria, eu sinto que veio demasiado cedo. Sem aviso, sem espera...
E tê-la perdido é perder uma parte de mim também. É perder um pouco da graça que irradia do meu nome, porque foi ela quem o escolheu.
Tê-la perdido significa emocionar-me cada vez que me lembrar do tempo que passei em sua casa, em sua companhia, ouvindo as suas histórias sábias e rindo a cada canção que ela cantava.
Tê-la perdido significa chorar amargamente ao repassar os seus ensinamentos valiosos, e cantar os seus hinos favoritos, e lembrar-me da sua voz, do seu cheiro singular, e do seu riso que sempre indicava que tudo ficaria bem.
Estar em sua casa não faz sentido sem ela estar por lá. E eu fico na expectativa de que seja apenas uma ilusão, que eu vou abrir os olhos e ela estará ali, à minha espera.
E isso tudo cria um turbilhão de sentimentos tão grande... Eu não sei o que será de mim quando chegar a hora de encarar aquele caixão.
Não sei como vou reagir ao ver-te chegar à tua última morada, Kekeu, eu já sinto tanto a tua falta...
Já não haverá visitas inesperadas, nem beijinhos nas tuas bochechas, nem ver-te sorrir cada vez que nos visses passar pela tua porta. Já não haverá estudos bíblicos, nem meditações contigo, nem pores-do-sol, nem sequer um último hino, nem um último sopro da tua voz...
Só me restam memórias, que hoje se tornam agridoces.
Eu nunca esperei perder-te tão cedo. Mas agora, podes descansar um pouco... E encontrar o melhor amigo Jesus quando os teus olhos voltarem a se abrir.
E até lá... Eu vou continuar a amar-te.
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