Round Two
Luanda, 27 de Outubro de 2022.
Update atrasado desta vez. Ter tempo e encontrar as palavras certas foi um autêntico desafio. Mas, como sempre, eu desenrasco-me.Ah... Está tudo um autêntico inferno.
E aquela sensação de que a culpa é única e inteiramente minha cresce a cada segundo mais, prendendo o ar nos meus pulmões, sufocando-me totalmente.
Será mesmo possível alguém ser culpado de todo o mal que acontece por perto?
Serei eu tão nociva, tão errada com todos à minha volta, e não percebo?
Terei eu razões para ser atacada, desprezada e afastada cada vez que apareço? Será que todas as palavras que saem da minha boca serão condenadas?
Em vinte e quatro horas, tanto acontece... A angústia presa no peito chega a ser surreal.
E, entre fingir que está tudo bem e ter crises às costas do mundo, sobra uma eu que realmente não sabe o que fazer.
Sem alegria, sem conforto, sem carinho, sem um desabafo profundo... Sozinha.
Completamente sozinha. E acho que está mais que na hora de aceitar esse facto.
É impossível tentar mudar-me e moldar-me aos olhos de quem vê. Não sou maleável até este ponto.
Já que, de nenhuma forma, consigo acertar, acho que estarei para sempre errada.
"Tenho medo de ser esquecido", dizia Augustos Waters. Sentir-se só é meio que um parente do sentir-se esquecido, mas há Hazels por aí dispostos/as a nos proporcionarem eternidades dentro dos dias numerados.Os livros ensinaram-me que raramente estamos sozinhos quando lemos (Ou escrevemos, se quisermos ir por aí). Há sempre alguém que nos lê, que se interessa pelo que escrevemos ou transmitimos, que quer ver a realidade através do nosso ponto de vista. You're not alone.
ResponderEliminar