Meia-Noite Nublada
Luanda, 25 de Maio de 2024.
Olá, queridos leitores, e boa madrugada! Espero que estejam todos realmente bem.
Têm sido dias atribulados. Dias surpreendentes e surpreendentemente complicados. Eu sei, eu esperava o pior, mas isto decerto não esperava.
Neste momento, faltam exatamente sete dias para o meu aniversário, e eu sinto que fui atropelada por um camião. Todos os aspectos da minha vida estão em estado crítico, e sendo sincera, eu não estou a lidar bem com isso.
A sinceridade é chave aqui, e eu tenho andado um pouco mais sincera comigo mesma e com os outros, numa tentativa de organizar os sentimentos e pensamentos, numa busca sem-fim por esclarecimento.
A verdade é que tenho me esforçado demais. Tenho lutado demais. Tenho resistido demais. E tudo isso com os piores resultados possíveis. Azar tem sido o meu nome do meio nos últimos dias, e com essa súbita avalanche de sentimentos, não existe segurança no meu ser.
Tenho fingido tanto estar bem quando estou bem à beira do precipício... Parece injusto sentir que todo o mundo consegue se manter seguro e resolver os seus problemas para continuar em frente, enquanto os meus só vão aumentando cada dia mais, puxando-me para trás, não me deixando avançar.
As minhas notas estão uma miséria. A minha vida social está em frangalhos. A minha vida amorosa é simplesmente caótica demais, e o restante não tende a melhorar.
Tenho estado sem forças para encarar este mundo, simplesmente porque todos os meus esforços parecem ser vãos. Estou tão cansada...
E eu até poderia estar a falar isso para alguém de confiança e evitar trazer estes pensamentos a público, mas o que fazer quando não se confia em ninguém? Eu sei que ninguém vai perceber o que se passa comigo, porque ninguém nunca percebe.
Acho que prefiro dormir, não há espaço para mim neste mundo.
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