Soin

 Luanda, 15 de Junho de 2024.

Olá, queridos leitores, e boa madrugada! Espero que estejam todos tão bem quanto eu estou hoje.

Foi uma semana bem neutra, para dizer a verdade. Não houve grande bom, mas também não houve grande mal. Apenas uma semana de reflexão e das mais puras sensações que o corpo humano permite experimentar, tanto a nível físico como emocional.

Tenho tentado ser um tanto mais sincera comigo mesma, removendo os filtros do meu pensamento para tentar chegar às questões que me martelam do jeito mais cru e profundo possível. Sendo sincera comigo mesma, é mais fácil tomar as decisões certas e corrigir o meu caminho, eu acho.

A verdade é que estou num imenso dilema. Estou presa numa mistura singular de sentimentos, que variam entre o amar demais e o odiar demais, o que muitas vezes enche o meu coração de toxicidade e a minha mente de sentimentos tão brutos que eu mal consigo gerir.

Às vezes, eu olho para todos os factos e acontecimentos, e na minha cabeça só consigo ouvir "apesar de todos os pesares, não importa o que acontecer, eu amo-te". E, noutras vezes (muitas vezes minutos depois), a perspetiva muda completamente, e eu só consigo ouvir "cruzes, como posso desgostar tanto uma pessoa quanto odeio a ti?".

A minha cabeça deixa-me surpresa com tamanha divergência de pensamentos. Quer dizer, não faz sentido nenhum eu estar a rolar de um extremo para outro de forma tão brusca. Ou faz?

Querendo ou não admitir, ainda existe amor neste coração, e isso tanto pode ser uma coisa boa como pode não ser. Mas não faz sentido ainda haver tanto amor a acumular-se por esta situação tão específica se não existe escapatória para ele. A continuar assim, este coração vai implodir, e já não sobrará mais nada.

E, mais uma vez, admitindo ou não, eu sei que este meu ódio não passa de uma forma muito peculiar de demonstrar a minha frustração por não ter como escoar esse excesso de sentimentos que habita em mim. Então, assim que as coisas se acalmarem novamente, eu voltarei a estar perdida de amores por alguém que muito provavelmente só me vê como uma forma muito confortável de amaciar o seu ego gigante.

E, acreditem em mim, eu odeio estar nessa posição tão desconfortável. Tenho tentado sair e procurar uma solução melhor, mas é tão complicado... Parece que estou presa a algo por uma força invisível que não sei explicar, que me atrai para algo que eu sei que ainda não foi refinado para o meu ser, e que muito provavelmente vai magoar-me se eu não tiver cuidado. 

Cuidado, cuidado... Cuidado com este meu coração frágil. Ele é feito de pedra, mas a pressão pode destruí-lo ao invés de torná-lo no mais forte dos diamantes.

Cuidado, cuidado... Cuidado com os teus passos, Gracey. Podes acabar ferida se realmente decidires caminhar por este trilho de rosas.

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