Oriental Purple

 Luanda, 1 de Fevereiro de 2025.

“Alexa, turn the lights purple.

Melodias de guitarra se dispersam no ar. A escuridão é tão vazia, mas ainda assim tão aconchegante...

Um traço leve do teu perfume flutua pelo quarto. Já se passou tanto tempo... Como pode um aroma estar impregnado dessa forma na minha mente?

Se fechar os olhos, posso ouvir o som da tua voz ao longe. Consigo sentir o perfume um pouco mais forte, e isso faz o meu coração bater um pouco mais rápido. Posso ouvir a tua risada, e isso me faz sorrir de imediato, porque tu sabes o quanto adoro ver-te rir. Posso sentir o calor da tua pele macia, sentir os teus dedos tracejarem a minha própria pele, num carinho tão terno, tão necessário...

Fechando os olhos, eu encontro o teu olhar, e caramba... Como eu tenho saudades desses lindos olhos castanhos. Talvez ficarias surpresa se soubesses o quanto me fazem falta. 

É... Parece que me habituei à tua presença mais rápido do que imaginei que fosse possível. E não é justo que invadas os meus sonhos sem permissão, dando-me ordens e dizendo-me para procurar-te, quando tu sabes bem demais que isso pode não ser a coisa mais certa a fazer agora. 

O meu sangue diz-me para puxar por ti, uma última vez. A minha mente diz-me para correr de ti, deixar-te viver sem a minha perturbação de uma vez por todas. 

Agora, diz-me tu... O que devo fazer?”

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