Sisyphos
Luanda, 29 de Março de 2025.
Olá, queridos leitores, e boa madrugada! Eu espero que estejam bem. Neste momento, a vossa felicidade é a minha também.
Mais sete dias pelo calendário. E caramba, que dias mais curiosos. Alguns dias mais leves que outros, claro, mas hoje foi um dia particularmente pesado. E agora estou aqui, pronta para vos confessar o que se passa na minha mente como se tudo que penso não fosse algo que eu mantenho escondido do mundo.
Bem, se quiserem, pode ser o nosso segredo.
A verdade é que hoje foi um dia de grandes reflexões. Estava tudo bem, até eu começar a pensar em situações que já vêm atormentando a minha mente há meses, e que nunca tive coragem de dizer a ninguém.
Um pensamento levou a outro, e eu cheguei à conclusão de que a minha vida é uma autêntica brincadeira do destino.
Todas as coisas más seguem um padrão, que se repete desde as minhas decisões mais banais até à relação disfuncional e distorcida que tenho com os meus próprios pais.
Parece que, não importa a situação, eu ainda serei insuficiente. Não importa o quanto tente ser mais.
E não que isso seja muito mau nem nada, eu estou habituada a tudo isso. Ser a filha invisível, ou a amiga que fica no fundo, ou a parceira de baixa manutenção, tudo isso já é um tanto normal para mim. Mas, raios... Não fica mais fácil por ser habitual.
É difícil para mim perceber que eu sempre precisarei implorar pelo mínimo com todas as forças possíveis, e no final, nada vai mudar. As situações vão continuar a magoar-me, uma e outra vez, até eu finalmente perceber de uma vez por todas que não há espaço para mim em qualquer outra vida que não a minha.
Pensamento mórbido? Claro. Mas eu tive muito tempo para me habituar a essa realidade. E agora... É o que é. E não há muito que se possa fazer para mudar isso.
Eu estou sinceramente cansada de ser um bálsamo para quem está por perto.
Quero deixar de me importar tanto com o conforto das pessoas à volta, queria conseguir achar que não estou sempre a incomodar sempre que me movo dentro da vida de alguém. Mas isso é tão complicado...
É difícil ser um fardo grande demais para qualquer um poder suportar. Então... O mundo será apagado, e o peso estará todo sob os meus ombros.
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