Calor

Luanda, 18 de Outubro de 2025. 

Olá, queridos leitores, e boa madrugada! Espero que estejam todos tão bem quanto eu hoje. 

É... Eu estou de volta. Bem disse que desta vez era pouco provável que houvesse um hiato, não é mesmo?

Foram semanas agitadas, e entre tanta confusão, foi um bocado difícil encontrar tempo para estar aqui e fazer uma pequena catarse para vocês, mas cá estamos nós outra vez. É ótimo voltarmos a conversar. 

Têm sido dias preenchidos. Reuniões, aulas, eventos, trabalhos, problemas... Uma confusão. E sim, caso já não saibam, a ocupação ajuda a manter a minha mente domada pelas rédeas da rotina. E é em dias como este, depois de tanto trabalho e imersa no calor do cansaço, que eu me ponho em silêncio e entro num vácuo de pensamentos puros e simples.

Repasso os momentos mais marcantes dos meus dias, e raras são as vezes em que não sinto uma memória especialmente dolorosa agulhar o meu coração uma vez mais antes de me decidir a esquecer o que aconteceu. 

Acho que o meu mal é ter a memória boa demais para palavras, não acham?

É... É difícil não me lembrar do quanto as pessoas de um eu tão frio, quando na verdade, o meu próprio calor incinera-me e carboniza completamente a minha alma. 

Eu sinto tanto, e ainda assim, parece que não sinto absolutamente nada. Queimo tanto, e consigo congelar alguém com o mais ínfimo suspiro. Que habilidade inacreditável, huh?

É chocante para mim ouvir frases como "tu és uma app, completamente fria e programada", "tu és insensível, egocêntrica e egoísta", "tu descartas as pessoas", parece-me sempre que se fala de uma outra pessoa qualquer, porque sei que não sou assim. 

Talvez me tenha enganado a ponto de achar que sinto sempre demais e toda a minha vulnerabilidade para as pessoas seja invisível para todos exceto para mim mesma. Talvez tenha camuflado tão bem o que sinto, que hoje pareça que eu já não sinto absolutamente nada. 

Mas... Parece-me impossível acreditar que este fogo tão ardente no meu peito só exista para mim. Talvez um dia exista alguém que não congele quando o alcança.

Até lá, bem... Vocês sabem o que eu farei. 

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