Garoa
Luanda, 1 de Novembro de 2025.
Olá, queridos leitores, e boa madrugada! Espero que estejam todos tão bem quanto eu hoje.
Duas semanas depois, cá estamos nós de volta. O tempo arrastou-se com a maior das lentidões, mas a agonia da espera era necessária para poder estar aqui para vocês, e escrever um pouco como sempre faço, aliviando a minha alma para vos dar um gostinho de curiosidade da minha vida caótica e agitada.
Têm sido tempos estranhos. O meu espírito está curiosamente receptivo, e nestes últimos dias nublados, tenho vivido de premonições infindáveis e uma quantidade sinistra de pressentimentos emergentes. O meu físico está cansado, porque sempre que fecho os olhos, encontro uma realidade que se volta a repetir no dia seguinte, numa réplica exata do que me aparece no mundo onírico. É cansativo ter este tipo de vida.
Mas agora, tudo está um pouco mais calmo. Claro, eu ainda sinto um montão de sentimentos e enigmas girarem pela minha cabeça, mas eu posso reprimir tudo isto por um pouco para rabiscar alguns parágrafos.
Foi um dia meio bom, para variar.
Um dia solitário, mas lindo. Eu adoro dias frescos e nublados. Só ficaria ainda mais perfeito com uma companhia deveras específica, mas ah, não se pode ter tudo, pois não?
Perdi-me na forma das nuvens, e no jeito como os chuviscos percorriam o céu para molhar a minha pele como orvalho fino. Observei a grama e as flores, e tudo mais que pude ver com cuidado antes de ser sugada de novo para a minha mente.
Mas agora, fechada neste quarto escuro, não há nada para observar e deixar a minha mente livre.
Claro, a melodia de guitarra e a palavras suaves soam e rodeiam o meu corpo todo, mas não é suficiente.
Então, cantarei tudo o que sinto até expulsar a solidão por completo. Espero conseguir esta noite.
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